"Faça o seu melhor"

"...Faça a coisa certa estabelecendo seus próprios padrões interiores de excelência, seus padrões interiores de comportamento e certificando-se de que os está alcançando e superando-os. Faça a coisa certa, mesmo quando não receber nenhum crédito, mesmo quando se machucar. Faça a coisa certa quando não houver ninguém olhando ou quando ninguém ficar sabendo. Você sempre saberá".

Colin Powell

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

“Se não fosse a borboleta, a lagarta teria razão”

1ª vivência prática com a câmera Pinhole
Por Lucélia Albuquerque
(Arte/educadora da Escola Municipal Profº José da Costa Porto e professora de teatro do Movimento Pró-Criança/Coelhos)

    O presente relato versará sobre o projeto de fotografia em pinhole “Foto na Latinha: Olhares do Coque”, realizado entre agosto e dezembro de 2011, fruto de uma parceria entre o Movimento Pró-Criança e a Escola Municipal Professor José da Costa Porto. A ação ocorreu com a turma 4.2 B do turno da manhã, turma numerosa com cerca de 50 estudantes, todos moradores da comunidade do Coque/Joana Bezerra. E contou com o apoio integral da direção da escola, professoras Ângela Pedrosa e Roberta de Carli, que contribuiram com todo o material fotográfico, a revelação e ampliação das fotos e o químico fixador de imagem. Enquanto o Movimento Pró-Criança disponibilizou o espaço do laboratório fotográfico para as vivências práticas, assim como a professora de fotografia e amiga Cristina Albuquerque.
2ª vivência prática com a câmera Pinhole
A ideia do projeto partiu de uma das aulas sobre a percepção das cores, onde alguns estudantes fizeram uma aproximação entre o ato de ver e a captura das imagens através da câmera fotográfica. Fomos conversando sobre este ponto até que foi citada como exemplo, a câmera pinhole e a magia de sua criação de imagens. O que gerou grande curiosidade por parte dos estudantes e também certa desconfiança, pois até então eles só conheciam a produção de fotos através de máquina digital, webcam e telefones celulares, não compreendendo como que, de uma lata com um furinho de agulha poderia ser produzida uma fotografia. 

Percebendo o interesse e a curiosidade da turma, a ideia do projeto surgiu e começou a mobilização para a viabilização do mesmo, que, para acontecer, precisava necessariamente firmar a parceria citada acima, já que a escola pública não oferece um espaço adequado para a realização das aulas de arte, especialmente, neste caso, de um laboratório fotográfico.
Profª Cristina Albuquerque

 Firmada a parceria, a etapa seguinte foi munir os estudantes dos conteúdos fundamentais sobre a fotografia, foram abordados conteúdos como: a história da fotografia e sua evolução, a importância da luz na formação da imagem, enquadramento e composição, anatomia da câmera pinhole, o olhar do fotógrafo e o olhar comum, exercícios de análise e leitura de imagens, exercícios de percepção e criatividade, além da exibição de vídeos-documentários sobre o Recife e a comunidade do Coque .
Estes vídeos foram utilizados com o objetivo de buscar uma maior reflexão sobre a comunidade em que os estudantes vivem, tendo em vista que, em conversas dentro de sala de aula, os mesmos atribuíam um olhar depreciativo a comunidade, associando-a ao feio e ruim. Dentro desta perspectiva, o projeto se propôs a buscar um olhar contemplativo para a comunidade do Coque, onde a ideia central era encontrar o belo e o bom nas paisagens, ruas, praças e feiras da comunidade. 
O passo seguinte foi a vivência prática com as câmeras pinhole, onde a turma foi dividida em dois grupos. O primeiro grupo decidiu ir para a Praça da Academia da Cidade do Recife, lugar revitalizado, com espaço de lazer e prática de exercícios dentro da comunidade. Através das imagens, foi possível perceber que os estudantes buscaram enquadramentos limpos, amplos e que traziam a ideia de poder, equilíbrio, da lúdicidade e do bem-estar.  O segundo grupo, ao contrário, buscou um olhar mais crítico ao fotografar uma das praças da comunidade, já deteriorada pela ação dos próprios moradores e da falta de manutenção dos órgãos competentes. As imagens geradas, de certa forma, se complementaram ao revelarem o belo já existente na comunidade e àquele que existe em potencial – o vir a ser, ou o que de belo o meu olhar pode enxergar.
Fazendo a leitura das imagens, os estudantes ficaram impressionados com seus resultados, alguns demoraram a reconhecer suas próprias fotografias, pois esperavam uma imagem próxima a real, àquela que ele tinha imaginado, porém a mágica da câmera pinhole acontece também pela forma como é fixado o papel, ou o tempo que o fotógrafo contou para a entrada da luz na máquina, o ângulo em que ele posicionou a câmera, todas estas nuances podem alterar modificando, distorcendo e/ou desfocando a foto, por isso, na maioria dos relatos os estudantes destacam o inesperado, incrível, inexplicável e mágico dos resultados obtidos. 
A exposição “Foto na Latinha: Olhares do Coque” aconteceu durante o evento “Ministério Público nas Ruas”, uma ação do Ministério Público de Pernambuco em parceria com a Escola Municipal Profº José da Costa Porto, onde na ocasião, o procurador-geral de Justiça, Aguinaldo Fenelon e o coordenador Leonardo Lúcio Menezes, representante da coordenadoria ministerial de apoio técnico, fizeram o convite para que os resultados fiquem em exposição na sede do Ministério Público de Pernambuco no início do ano de 2012.

Desta forma, considero como de extrema riqueza esta experiência por seu caráter perceptivo, de mudança de paradigma, saída do lugar de conforto, conhecimentos adquiridos, descobertas práticas e, principalmente, pela busca de uma sensibilização para um olhar de conhecimento, reconhecimento e valorização tanto de si, quanto da comunidade à qual os adolescentes e jovens vivem. 
  
Para finalizar este relato, lembro a célebre frase do escritor Guimarães Rosa “se não fosse a borboleta, a lagarta teria razão”, ou seja, a borboleta prova que a beleza existe pelo simples fato de existir. Os adolescentes da Escola Municipal Profº José da Costa Porto, provaram, foram tocados e se deixaram encantar pela arte, ao enxergar a beleza através das fotografias criadas, se viram, se enxergaram como belos, como fazedores de beleza e esta experiência é íntima, única e arrebatadora.     
Abaixo, encontram-se algumas das reflexões colhidas no momento da avaliação do projeto, onde os estudantes destacam sea experiência e aprendizado:

  • “Pra mim, essa experiência com fotografias me fez olhar o Coque de outro jeito. Já que a gente mora aqui, não via as coisas de outro jeito. Pra mim, o pinhole foi a melhor coisa que fiz nesta escola.” (Cleyton Filipe de Santana)
  • “Por que eu nunca tinha visto uma latinha tirar foto.” (Mirella Galvão)
  • “Eu conheci o que é arte, o que é aula de arte.” (Henrique Barbosa)
  • “Foto em pinhole é diferente. Como ao passar do século a máquina iria mudar tanto assim? Mas eu gostei muito desse processo.” (Juliana Pinheiro)
  • “As descobertas que eu tive foi tirar fotos na latinha, conheci e aprendi a conhecer latinhas de fotografia e gostei muito, porque foi muito legal. Eu gostaria de fazer de novo.” (Iago Carlos)
  • “Eu pude sentir a sensação de como é bater uma foto em pinhole, é uma sensação boa, é uma sensação inexplicável.” (Paloma Steffany)
  • “Eu descobri que se tira foto em latinha que é chamado de pinhole. Eu gostei por que foi uma coisa muito diferente que eu nunca fiz, mais hoje eu tenho orgulho de ter feito, porque me deu uma sensação muito gostosa, vai ficar muito marcado na minha vida.” (Mikaelle Gomes)
  • “Eu descobri que o pinhole existe, nem sabia que existia, mas graças à arte descobri a fórmula do pinhole dentro de uma lata com apenas um papel e alguns segundos sai uma imagem inesperada. Eu gostei muito de fazer, de participar do pinhole porque o pinhole faz coisas que uma máquina de fotografia não pode fazer, a mágica na hora.” (Jarder Rodrigues)
  • “Eu achava que só tirava foto com câmera, celular e máquina fotográfica.” (Victor Santos)
  • “... Conheci vários lugares e pessoas e gostei da maioria das coisas que tem aqui.” (Afonso Meneses)
  • “Fiquei chocada por perceber que uma lata velha pode fazer fotos tão lindas. Conheci o Coque em preto e branco.” (Raquel Alberta)
Deliciem-se agora com algumas das imagens produzidas:

Fotógrafa Kirella Kássia
Fotógrafo Cleyton Filipe


Fotógrafa Jéssica Maria
Fotógrafa Rayane de Lima
Fotógrafa Vitória Alves
Fotógrafo Cleyton Filipe
Fotógrafa Juliana Maria
Fotógrafa Juliana Mendes

Fotógrafo Jéfferson Luís

Fotógrafa Júlia Marley
Postado em 23/01/2012

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Alunos do Costa Porto Participam de Curso de Férias 2012.1 Espaço Ciências + UFRPE + UFPE

O Costa Porto estudando nas Férias

Curso de Férias - Espaço Ciências + UFPE +UFRPE 2012.1 (de 16 a 20 de Janeiro de 2012)


O Costa Porto mais uma vez tem alunos , representando a escola em um evento de grande porte na área de Divulgação Ciêntifica. O Ciência Jovem em parceria com as Universidade Federais do estado de Pernambuco proporciona a cada semestre , nos meses de Janeiro e Junho um curso de férias com duração de uma semana , onde alunos e professores tem a oportunidade de vivenciarem juntos momentos de pesquisa e interação com a ciência.
São oferecidos a cada semestre 9 cursos , para alunos e professores da rede publica de ensino e cada professor inscrito leva para o evento dois alunos para participarem do evento.
Os Alunos que representaram na escola nesse evento foram Vinicius Santos e Alessandro Silva , que junto com a professora Luiza Anselmo participaram do curso " Para que serve os Números" onde foram trabalhados temas ligados a Geometria.
Segundo relato dos alunos , essa foi uma experiência inesquecivel de aprendizagem , onde o lúdico , o real e o significativo foi trabalhado de maneira espetacular.

Esse curso nos deixa o compromisso de tornar nossas aulas cada vez mais agradáveis e significativas ...

Parabéns aos nossos alunos que atuaram de forma brilhante ...

Parabéns ao curso de férias , esses são os sentimentos de gratidão da nossa escola.